Estimados alunos.
Estamos retomando as nossas atividades remotas, talvez para alguns não seja uma das melhores opções, mas para o momento na verdade é o que disponibilizamos para mantermos o nosso contato e não ficarmos tão distantes do mundo da sala de aula.
Gostaria que vocês se pronunciassem comentando um pouco sobre o valor, a importância ou não das ferramentas que vem sendo usadas: atividades, vídeo-aulas, pesquisas etc. Acho de grande importância ouví-los nesse momento e animá-los a continuarmos juntos, mesmo que porventura, estejamos nos sentindo desanimados ou desmotivados.
Acredito que ficarmos sem nada pior seria, se considerarmos depois, que estamos em pleno período letivo e olharmos para trás e vermos que nada produzimos.
Por isso me coloco a disposição às críticas e posicionamento feitos por vocês.
Use a parte dos comentários ou sinalizem no instagram: @ virginia_arte _das_palavras se preferirem falar pelo whatsapp é só dizer que envio o meu número. Desculpa, mas não tenho interesse em participar de grupos por turma, prefiro atender particularmente.
Estou inteiramente a disposição.
UM ABRAÇO VIRTUAL
Atividade 1- II trimestre
Filosofia - Texto: A felicidade e as
escolhas
Colégio: Estadual José Ribeiro Pamponet
A FELICIDADE E AS ESCOLHAS:
As diferentes posições sobre a
felicidade e como ser feliz em meio às escolhas?
Em nosso
cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade. Muitas
pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou
que estão infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a
felicidade é um conceito objetivo ou subjetivo? Existe "a" felicidade
ou cada um tem seu conceito sobre o que é ser feliz? Frente a estas dúvidas, a
tendência é tentar negar a existência da felicidade. Perigosa tentação, pois às
vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar que ela existe e
reconhecer que não a possuímos... Estamos frente a uma situação limite... pouco
discutida e que quase não é refletida em nosso cotidiano corrido... Você já
parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você
já se perguntou um dia por que todo mundo a deseja ou acredita na sua
existência?
Desde a Grécia
Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em especial,
um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes considerações
sobre esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para um fim. O
homem, por sua vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse
sentido, Aristóteles constata que existe um grande consenso entre os homens:
“todos querem ser felizes”; mas também há um grande descenso entre eles: “O que
é a Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra Ética a Nicômaco:
“Todos estão de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e identificam o
bem viver e o bem agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a
felicidade, o homem limitado não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo
assim, nem todos os homens compreendem a felicidade de maneira semelhante.
Para resolver
esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz é aquele que
age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser
virtuoso, visto que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão,
pois todos tendem ao saber. Mas qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem
que somos seres essencialmente bons, outros dizem que somos naturalmente maus e
egoístas. Mas
podemos acreditar também que somos seres inacabados... incompletos... que ao
invés de nascerem com uma essência pré-estabelecida, buscam construir esta
suposta essência na própria existência, na vida real, no cotidiano. Assim
sendo, podemos ser tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de nossas
escolhas, e devido a isso, nossa felicidade também dependerá delas.
É o que
afirma o filósofo francês Jean-Paul Sarte em sua obra “O Existencialismo é um
Humanismo” : “Se verdadeiramente a existência precede a essência, o
homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr todo
homem no domínio que ele é, de lhe atribuir a total responsabilidade da sua
existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não
queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas
que é responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma natureza
pré-definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra
perspectiva sobre o tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como
fazemos nossas escolhas, ou seja, encarando a vida da maneira como ela
realmente se apresenta, vivendo-a intensamente com responsabilidade.
Ora, encarar a
vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres jogados na
existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de
existência assumida significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira,
podemos acertar ou errar, ganhar ou perder. Tudo depende de nossas escolhas. A
angústia é a disposição emocional que nos acompanha neste drama da existência.
Como então ser feliz em uma realidade tão dura como essa?
A felicidade não é uma
disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre. O sofrimento e a
angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo na vida
fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é
preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades
para saber o quanto gostamos de alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada
parece ter valor. A vida é constante movimento, ela é um antes, um durante e um
depois. Por isso, devemos viver o momento, sem deixar de olhar para nosso
passado e nos projetar para o futuro. Os momentos difíceis são parte integrante
da vida e deles não podemos escapar. No entanto, estes momentos são necessários
para que possamos valorizar os acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade.
É partindo desse ponto de vista, que o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os
problemas e conflitos podem ser a fonte de uma derrota, uma limitação para a
nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma maior compreensão da
vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o tempo."
Frente a estes
pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade não deve ser
entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida existente no
homem, ou como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a própria
vida sendo vivida de maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do
dia-a-dia, seja nas alegrias ou nos sofrimentos, buscando sempre tirar um
aprendizado para aquilo que ocorre conosco. Como afirma Erich Fromm: “buscar a
felicidade é como caçar borboletas: quanto mais você tenta, mais ela foge. No
entanto, se você deixar a borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela
pode até pousar em seus ombros”.
Arnin Braga
Responda:
1.
Quais são os principais problemas filosóficos levantados
logo ao início do texto a respeito do tema da felicidade?
2.
Desde que período os filósofos tratam do tema da felicidade e o qual o
principal filósofo a abordar este tema?
3.
O que Aristóteles afirmava em relação à finalidade última do homem?
4.
Qual a principal divergência entre os homens quando o assunto é a busca
pela felicidade?
5.
O que Aristóteles afirma em relação ao homem verdadeiramente feliz?
6.
Para Aristóteles qual a essência do homem?
7.
O que o texto afirma em relação à natureza humana?
8.
O que o filósofo Sartre afirma sobre a responsabilidade?
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